domingo, 15 de fevereiro de 2009




Maceió Agosto/96

Nunca tive medo da morte , nem da morte súbita,trágica, pelo contrário encarava com naturalidade dos que ainda não experimentaram a sensação de perder um ente querido, mas hoje fazendo algumas contas, senti-me inseguro, incerto, impotente, acho que foi medo dela que apesar de certa ,presumia andar por muito longe.
As contas cabalísticas que me fizeram divagar começavam com a soma de décadas a partir do dia de hoje , conferindo em que ano cairia, até aí tudo bem... mas ao associar esses anos à idade dele me veio uma angustia no peito, porque não sou senhor das previsões e gostaria imensamente de vê-lo em todas suas vitórias, não somente na infância mas em toda sua trajetória aqui. No entanto sinto que será impossível. A cada dia que passa se torna mais vital e pulsante em minha vida , agradeço a Deus por ele e tentando fazer um malabarismo com o espírito entrego sua felicidade em Suas mãos. Fico ,às vezes, pensando o quanto é breve a vida por mais longevidade que o homem possa ter , cada momento é único e a impossibilidade de repetí-lo faz com que a sensação do ancião que gostaria de uma segunda chance, para reviver as boas lembranças, desfazer os enganos, desculpar-se com o passado, rever os que já partiram, impedir que o amor fuja de suas mãos, tentar aprender olhar o mundo como quem tem sede inesgotável do aprender fixando cada imagem e emoção na alma, seja a mesma que em qualquer época da vida a partir do instante que nos damos conta da efemeridade da vida , das incertezas do futuro e principalmente da certeza da grandiosidade e do prazer de viver . Te amo filho.

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