quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Um Recado ao Mestre

Trago-te um recado de muita gente...
Houve gente que praticou uma boa ação,
Mandam dizer-te que foi por que
Teus exemplos convenceram o coração...
Há também quem venceu na vida,
E manda dizer-te que como hoje
Tuas lições permanecerão...
Alguém que superou a dor
Manda dizer-te
Que foram as lembranças de tuas aulas que o ajudou...
E eu te digo, não sei o que combina mais contigo,
Uma poesia, um livro, uma pintura
Sinceramente fico pensando
No que deve dar alegria
A alguém que é motivo da alegria de tantos...
Na verdade, o verdadeiro professor
É aquele que prefere dividir o que possui,
Do que ter somente para si...
O verdadeiro mestre sente-se feliz
Quando percebe que o caminho que abriu
Tem sido trilhado por muitos...
Sei que são simples as minhas palavras
E que elas não podem te recompensar,
Na verdade te escrevo o que penso
Tua competência é impossível comparar...
A ti professor amigo
Que compreende, estimula
E enriquece a todos
Com sua presença, seu saber e sua ternura.



Poesia: Beth Brito

2009

Da sua amiga e ex-aluna: Ana Elisabeth Brito

Professor ou Biscateiro?


Hoje, estava na estrada e ouvi uma entrevista na qual o âncora da rádio perguntava a um especialista se estava próximo o dia em que os professores pudessem ser chefes de família exclusivamente com o salário de professor.

Porque, segundo o radialista, atualmente, os professores utilizam a profissão para complementar a renda e não como atividade principal. Refleti e parcialmente concordei com a afirmação, apesar de ter ficado contrariado, momentaneamente, por achar desrespeitosa a entonação e conotação utilizada. Percebi, em suas palavras, que o grau de profissionalismo de quem tem outra(s) atividades além da docência poderia ser menor do que aqueles que seriam apenas professores.

Vejamos: Concordo que nossa remuneração é indubitavelmente baixa e que via de regra necessitamos de outros vínculos empregatícios para fazer jus à sobrevivência. Comecei a visualizar meus colegas de profissão que estariam fora deste estereótipo e não encontrei com facilidade alguém que pudesse servir de argumento contrário ao posicionamento do radialista.

Lembrei de outros que detém "conhecimento morto" que serve apenas para alimentar suas vaidades e não se transformam em benefício para ciência pura, para o cidadão nem para socidade.

Mas percebi, também, que uma parcela significativa dos professores, me incluindo, possuem outras atividades complementares ou principais mas que possuiam como característica comum a dedicação à causa da educação. Não apenas por ideologia mas por vocação em lidar com gente. Vocação percebida na interação que estimula o crescimento alheio. No prazer que proporciona ao ver nosso semelhante evoluir e nos levar consigo também. Pensei nos dias em que estive cansado do dia atribulado e me recarreguei com uma sala de aula onde os alunos muitas vezes ensinam mais do poderiam imaginar. No querer aprender mais para poder doar mais.


Visualizei, naqueles instantes da entrevista, nossos colegas, os professores de ensino fundamental que em alguns cantos deste país não possuem formação suficiente mas o pouco que sabem transmitem e estimulam noutros o crescimentor.
Sei que poderei exercer diversas outras atividades com segurança, competência e prazer. Mas dificilmente encontrarei uma que possa me sensibilizar tanto quanto à de professor.

A entrevista acabou e não me dei conta do que haviam conversado ademais. Mas estava com uma sensação agradabilíssima que me fazia responsável, orgulhoso e grato ao Alto, ao mesmo tempo, por ser professor em tempo físico parcial mas integralmente de alma.

Um afetuoso abraço e parabéns a meus amigos professores no seu dia.


Professor Erick Viana.