sexta-feira, 21 de agosto de 2009

SENADO FEDERAL – DO LUXO AO LIXO


Gostaria de diferentemente das postagens anteriores abrir espaço para exposição dos pensamentos de uma amiga.


A sociedade brasileira deveria estar em festa comemorando os 21 anos de promulgação de nossa Carta Magna, a constituição federal de 1988, que é considerada no mundo como uma constituição moderna, democrática e intitulada de Constituição Cidadã. Um luxo em termos de garantias democráticas.

Porém, na contramão desta possibilidade de comemoração estamos sendo bombardeados frequentemente com escândalos na câmara dos deputados, no senado federal, etc.

Sabemos porém, que escândalos não são exclusividade do parlamento brasileiro, no entanto, a mistura/fusão entre os conceitos do que é público e privado - passando tudo a ser privado , pois o que prevalece são os interesses pessoais para a grande maioria dos que deveriam ser representantes do povo, e defensores os interesses da sociedade brasileira – dificulta o entendimento para os pobres mortais cidadãos.

Em outros países como a Inglaterra, Coreia e Japão; corrupção é um assunto que parece provocar mais vergonha que no Brasil, além de provocar demissões, levar a renúncia, em alguns casos até suicídio por vergonha do escândalo quando são descobertos, e reposição do dinheiro desviado do erário.

No Brasil a indignação de hoje é superada pela avalanche de novas crises. Devolução, demissão e renúncia são utopias que hoje já não mais convencem a muita gente de que possa vir a acontecer de fato.

Existe quase um consenso de que entre os 81 senadores eleitos, haja menos de uma dúzia com reputação ilibada e que exerçam efetivamente a função para o qual foram eleitos, a defesa dos interesses da coletividade nacional, e em conseqüência deste quorum ético e moral ser tão baixo, há uma total descrença de que algo possa ser feito para mudar esse mar de lama/mercado de interesses escusos, lixo vergonhoso. Situação ainda pior acontece com os suplentes que não possuem votação e conseqüentemente compromisso com a população.

O general Charles de Gaulle, ex-presidente da França foi rechaçado quando em visita ao Brasil lhe perguntaram qual a impressão que o mesmo havia tido sobre o país, disse “esse país não é um país sério”, alguém dúvida que ele estava certo?

A população está apática, nem àquela massa jovem que foi às ruas como os caras pintadas, deixou herança para que os jovens de hoje liderem um movimento para limpar esse lixo que virou essa casa legislativa. É necessário cobrarmos uma atitude democrática que possa cancelar os espetáculos encenados na casa de horrores. Rótulo tão bem definido por revista britânica, ao vergonhoso Senado brasileiro.

É lastimável que o povo que poderia mudar este cenário através do voto, fazendo uma verdadeira faxina, varrendo os corruptos do poder, ainda não é capaz de entender o real sentido da democracia, pois vendem a única arma de mudança que possuem democraticamente “o voto” por bens de consumo rápido e em alguns casos supérfluos, onde através de negociatas entram pelos seus bolsos tostões e amargam a saída de milhões/bilhões nos anos em que se sucedem os pleitos eleitorais.

Rui Barbosa, em seus idos, já dizia que chegaria o tempo em que os homens ririam de sua honra e sentiriam vergonha de ser honestos.

Alba Valéria G. de Carvalho - alba_vgc@yahoo.com.br