sábado, 14 de fevereiro de 2009


Abril/96

Que proveito se tira da dor que dobra a alma e faz do homem nada? Ou nada sendo somente sua imagem refletida o assusta . Assustado busca em vão justificar na dor o nada ser.
Se de proveito algo se tira , por que derramar sobre si mesmo todos pecados do mundo como se fosse possível no mundo caber tamanhas dores e pecados?
O tempo passa e quanto mais passa menos lógico fica de entender aqueles que querendo justificar a si mesmos retiram da vida o sentido ontológico das coisas serem. Como falar de amor verdadeiro, se por amor apenas, não se encontra verdade precisando redundar em amor verdadeiro. O amor ou é amor ou não o é. Não existe amor verdadeiro é amor e pronto e tudo mais que queira se aproximar disso é falso.
Fala-se tanto em solidão mas que tristeza maior de não saber o que é solidão por nunca ter deixado de estar só. Doce melancolia que persegue e extasia fazendo pensar e pensar até não poder mais imaginar viver sem ti.
Hoje alguma coisa me fez lembrar você e me descobri vazio. Com falta de algo na alma que me fizesse feliz e falando em felicidade entristeço mais ainda por lembrar que a conhecendo de perto e sem saber o que pra mim representava perdido-a.
O caráter de um homem que ao jurar amor não consegue ser fiel à amada não pode ser medido pelos mesquinhos olhos humanos que não entendem a dimensão da paixão... É impossível àquele que conheceu a paixão não tentar repetí-la e tentar quantas vezes nescessário for perpetuar essa sensação. Paixão que faz viver e alimenta o espírito , às vezes, de um néctar alucinógeno e enebriante que não separa a realidade da fantasia justificando a tudo pela própria razão de existir.
Pensamentos que dilaceram a alma , fragmentam as idéias e me deixam a deriva num labirinto de dúvidas. Entregar-se às vontades e deixar que os devaneios da paixão sejam senhores da razão para depois não lamentar ter passado pela vida sem viver? Sim é isso que se deveria crer se não fosse os senões que a vida nos prepara.
Se possível fosse assim viver sem magoar e ser magoado. Se realmente as idéias fluissem com a mesma intensidade que os sentimentos e fosse vero o equilíbrio do espírito com a devassidão do corpo.
Quando desce o sol e os demônios se fortalecem nas minhas fraquezas tento elevar o espírito à nobreza de pensamentos que travando desigual batalha dentro do meu peito angustia, culpa e relega a último plano as vontades contidas no vale sombrio dos meus desejos. Mas assim o valor do amor é justificado pelo sacrifício da paixão e se for nescessário... que assim seja.

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