sábado, 2 de maio de 2009


Que vacilante e fugaz espírito
A custas sofre e o corpo entrega.
Preceitos, conceitos às avessas
Infantil amor a motiva.
Cadência descompassada e incerta.
Até quando durará o sacrifício?

Choro alivia a alma e o peso
Que cônscia inala e exala.
Sofrida, tantas mãos passastes
Mas nenhuma delas alívio,
Compreensão verdadeira encontrastes.
Equívoco , não nascestes para isso.
Não para sofrer, mas para a alegria.
Até onde levarás o sacrifício?

Aos olhos deles crime e pecado
Razões e motivos nobres ensejam.
Que mal a alguem podes fazer?
A não ser sentir na própria carne
O látego gelado da solidão.
Até que ponto é válido o sacrifício?

Segredos, sem vida, o medo.
Carinho, afeto, segurança
Apesar de pouca e seca emoção
Terna, recôndita paz no lar encontras.
Que lar? O que por teu ímpeto deixastes.
A dor culpa, relega a nada o amor ingrato
Àquele que lançado não retorna.
O sacrifício é oferenda que fazes por amor
Amor à infância que docemente espera a te
Chamar de mãezinha

Estrelas e lágrimas nas noites.
Tôrpega angústia de saber não
Haver mentira eterna, o tempo
Não para e dificulta entender
Quão falaciosas as veredas da vida.
Tolos e medíocres a Deus deixam o amanhã.
Por preguiça ou medo, não por fé.
Mas o amanhã é nosso , anistiado dos percalços.

Sob pálidas e letárgicas gotas a vejo passar
Procuro e não encontro equilíbrio em deixar
Aberta porta.
Porta que contém as lágrimas de leviatã.
Arrebenta poça , traz à tona o que de
Obscuro alma esconde.
Quanto de pecado e culpa imputam à vida?
Normas, retas e ângulos onde só os sentidos
Imperam.
Duelo eterno entre razão e emoção.
Que insensatez em ver razão através dos sentidos!!!
Se deles vem a perdição.

Projetos e planos difusos num fundo branco
...De repente a mácula do sangue jorrando corpo
Afora, transmutando a vida e definindo destinos.
Idas sem voltas, vergonha, culpa e dor
Dúvida pungente no espírito.
Perda da inocência forja o amor e convence.
Melhor a morte rápida que a vergonha eterna.
Moral desalmada.
Justiça morta.
Não faça, não fale ... apenas deixe viver.

Um comentário: